E agora, como transportar a bike?

Transbike
Imagem: Thule

Quando pensamos em andar de bike, logo nos vem à mente: será perto ou longe? Dá para ir pedalando, ou terei que carregar a bike em outro meio de transporte? E o trânsito? Tranquilo ou insano? Bom… se as segundas opções acima forem as respostas, provavelmente precisaremos de um transbike!

Com o crescimento das cidades, quem gosta de “girar” de bike fica cada vez mais limitado. Salvo alguns parques urbanos (que infelizmente não nos proporcionam diversidade de trajetos e, principalmente, segurança), somos obrigados a buscar regiões mais afastadas para poder curtir a “magrela”.

Quem mora em cidades pequenas e médias ainda pode sair da cidade se deslocando poucos quilômetros. Assim, aproveita um bom pedal com menores riscos do trânsito ou violência das cidades. Sorte destes! Mas como nem todo mundo tem essa sorte, falaremos sobre as opções de transporte de bikes no próprio veículo. São os chamados: TRANSBIKES!

Diversos são os fabricantes e modelos, alguns custando milhares de reais e outros, algumas poucas centenas. Quanto a isso, não entrarei em detalhes. Apenas falarei sobre as posições de transporte no veículo. Aí vai:

SUPORTES TRASEIROS

Podem ser divididos pelos pontos de fixação no veículo: pela tampa traseira, pelo estepe, ou fixado pelo acoplamento do engate. Deve-se tomar cuidado para não ultrapassar os limites laterais do veículo (tenha como base os retrovisores). E mais cuidado ainda para não obstruir lanternas e a placa traseira.

Apesar de, na maioria das vezes, o bom senso ser aplicado, os agentes de trânsito e policiais rodoviários podem multar e obrigar a correção do problema. Essa correção pode consistir em instalação de iluminação adicional, ouaté mesmo a necessidade de uma nova placa em uma régua própria (legislação disponível em Resolução CONTRAN nº 589/16).

Transbikes fixados e apoiados na tampa traseira

Me recordo de um tio colocando a minha bicicleta e a da minha prima para levar em um clube… anos 80. Sendo honesto, não encontrei uma data de qual modelo surgiu primeiro, mas os de tampa traseira eram os mais vistos. Honestamente, não é o meu preferido.

Apesar de marcas renomadas como a Thule, por exemplo, fabricarem e garantirem instalação rápida e segura, não curto a ideia de apoiar peso direto na lataria do veículo. Exceto esses mais caros, leva-se mais tempo para conseguir ajustar o transbike ao carro e garantir o transporte seguro. Importante: estes transbikes limitam ou impedem o acesso ao porta- malas.
Transbike traseiro

Transbike traseiro
Imagens: Thule e Eqmax

Fixados no estepe

Ficam na mesma posição do transbike fixo na tampa, e é uma alternativa para veículos com estepe na traseira. Utilizo um destes! O suporte fica bem fixo, mas a marca que escolhi não permite um transporte sem algumas gambiarras para uma bike não se chocar com a outra.

Veículos com estepe na traseira são, normalmente, mais altos, desmotivando os usuários a colocarem suportes de teto pela dificuldade que alguns destes proporcionam no momento de fixar a bike. Apresenta o mesmo problema de limitação de acesso ao porta-malas quando este abre para cima (mas não há limitação alguma caso a porta abra lateralmente).
Transbike

Transbike
Imagem: Matheus Volta

Fixados no engate

Ótima opção, pois o ponto de apoio fica na estrutura do engate, protegendo a lataria do veículo. Alguns modelos dispõem de inclinação para permitir o acesso ao porta-malas. Há ainda a opção de extensores para veículos com estepe na traseira. São diversos os modelos e marcas disponíveis, seja para apoio no quadro da bike ou tipo plataforma, em que a bike vai apoiada sobre as próprias rodas.

Este último é o mais caro dos transbikes, mas também o mais prático e seguro. Segue com régua de sinalização que deve ser ligada ao sistema elétrico do veículo, e local para colocar placa adicional. Assim, evita possíveis problemas com as autoridades de trânsito!
Transbike

Transbike
Imagens: Thule e Eqmax
Transbike
Imagem: Thule

Suporte para caçamba de veículos utilitários

Ideal para quem não gosta de deixar a bike solta na caçamba, ou não quer ocupar o espaço da carga. São muito similares aos suportes de teto no quesito de fixação, tanto do suporte, quanto da bike, pois necessitam de calha e do transbike. Alguns utilizam outro sistema de fixação do transbike na caçamba:
Transbike
Transbike
Transbike

Transbike
Imagem: Thule

SUPORTE NO TETO

São bastante comuns, e vêm sendo a principal escolha de quem quer carregar a bike e não se preocupar com o risco de danificar a magrela em colisões traseiras, ou em manobras de estacionamento. Ótima opção para quem se incomoda com o fato do porta-malas ficar bloqueado, ou mesmo para diminuir os problemas com roubos ou com autoridades devido à sinalização traseira.

Existem hoje também produtos que são fixados por sucção direto no teto do veículo. Ventosas que garantem até 20 horas de aderência ao teto do veículo (informações do fabricante). Entretanto, os mais comuns são presos nas calhas de teto do carro — normalmente vendidas como acessórios — e a bike é presa nele.
Transbike: Ventosas

Transbike
Imagem: 3HM

Há várias configurações para os transbikes de teto, seja preso pelo quadro — alguns não podem ser usados em quadros de carbono devido ao risco de quebra — , ou preso pelo eixo da frente e a roda vai dentro do carro — mais indicado para quadros de carbono.
Transbike

Transbike
Imagens: Matheus Volta

A altura do veículo pode ser um limitador para pessoas mais baixas, pois fica bem difícil colocar a bike no transbikes de teto. Mas a questão mais preocupante com relação ao suporte de teto é esquecer que a bike está em cima do carro e entrar em lugares com altura insuficiente… prejuízo na certa!

CONCLUSÃO

Resumindo: utilizo tanto o sistema de bike no teto por calha e suporte, quanto o de fixação no estepe, e posso afirmar que o de teto é bem mais confortável de usar, e a bike sofre menos (tanto de carbono, quanto de alumínio), pois não há atrito do suporte com o quadro.

Mas… sem contar o problema de esquecimento da bike no teto do carro, há outro fator a se considerar: fiz uma viagem para um campeonato e coloquei 2 bikes no teto. Meu carro, que tem consumo próximo dos 11 km/l, fez 8,5 km/l em um trajeto de 300km, devido ao arrasto aerodinâmico (que afetaria pouco no caso dos suportes traseiros, por estarem no “vácuo”). Em viagens com apenas uma bike, não houve alteração tão considerável de consumo.

Portanto, leia bastante, pesquise nos fóruns o que os usuários têm a dizer e, o principal: verifique o que melhor atende seu uso e a necessidade da sua bike. Afinal, o que importa é pedalar!


Confira nosso último post sobre “Sobre vantagens, desvantagens e regulagem do pedal com clip”.

Um abraço e até a próxima!


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