Modalidades de Mountain Bike — Qual é a sua?

Modalidades de Mountain Bike: Downhill
Imagem: Pixabay

Muito se debate com relação às modalidades de Mountain Bike e ciclismo existentes atualmente. Uns acreditam que só valem aquelas que são descritas oficialmente pela UCI — Union Cycliste Internationale. Outros (meu caso), acreditam que as modalidades “extra-oficiais”, ou derivações das oficiais, definem e englobam a maior parte dos ciclistas do mundo e devem ser consideradas modalidades ciclísticas.
Hoje vamos falar um pouco sobre cada uma dessas e, quem sabe, te ajudar a escolher aquela que mais se encaixa com o seu perfil e até a começar no esporte.

TREKKING E CICLOTURISMO

Modalidades de Mountain Bike: Trekking e Cicloturismo
www.clickfozdoiguacu.com.br

Caracterizada por passeios ciclísticos, alterna entre estradas de terra e pavimentadas, cidade e campo, pequenos deslocamentos e grandes travessias.

Não possui regras específicas e nem calendário oficial de passeios ou provas. Em 2014, a CBC — Confederação Brasileira de Ciclismo — chegou a organizar um evento comemorativo dos 80 anos da cidade de Londrina, mas essa não é a regra e as “bicicletadas” são geralmente organizadas por grupos de ciclistas, empresas privadas ou Ong’s, como o Clube de Cicloturismo.

Apesar de não ser reconhecida como uma modalidade oficial e de não ter apelo competitivo, poderia receber mais apoio dos órgãos oficiais e entidades de fomento do ciclismo, afinal todos somos usuários potenciais, sem falar nas vantagens que o fomento das práticas esportivas podem trazer para um país… Mas trataremos desse assunto em outro post!

É a modalidade mais democrática e inclusiva. Não tem restrição de idade, sexo, condição social etc. Basta ter uma magrela e disposição. Pode ser praticado por algumas horas, em um passeio curto, ou por dias, meses ou anos (para os sortudos) no caso de longas viagens e travessias.

CROSS-COUNTRY — XC

Modalidades de Mountain Bike: XC
Imagem: Andres Jaramillo

De todas as modalidades de Mountain Bike, é a mais difundida no mundo. Qualquer ciclista que pegue sua bike e saia para terrenos mistos ou não asfaltados está praticando o XC. Os praticantes do Trekking e Cicloturismo também estão incluídos no XC! A partir do Cross-country, surgiram modalidades competitivas com peculiaridades e regras bem específicas e regidas pela UCI — Union Cycliste Internationale.

Por vias de regra, o XC “oficial” tem percurso predominantemente em piso de terra, podendo ter trechos com piso de asfalto que não deve ultrapassar 15% do total do trajeto. Subidas, descidas, diferentes vegetações e obstáculos são desejáveis. O trajeto, caso se torne impossível de passar, deve ser alterado a fim de que a competição possa ter continuidade.

Cross-country Olímpico — XCO

Modalidade caracterizada pelas disputas:

  • Classe 1: circuitos de 4 a 6 km por volta;
  • Classe 2: circuitos de 4 a 10 km por volta;
  • Classe 3: circuitos sem limites em provas.

Inclui variedades de terrenos, tais como estradas de terra, trilhas, campos e quantidade considerável de subidas e descidas. As largadas são em grupo único e o circuito deve ter layout atrativo para permitir a audiência do espectador e a cobertura de TV. A duração de uma prova de Cross-country formato olímpico deve obedecer ao seguinte quadro:

Modalidades de Mountain Bike: XCO
www.uci.ch/

Cross-country Marathon — XCM

Modalidade caracterizada por circuitos com, no mínimo, 60 km e, no máximo, 160km de percurso. As largadas são em grupo e podem conter uma ou mais voltas, limitadas a três. Nas provas single lap, o percurso não pode ser repetido em nenhum trecho. Apenas a largada e a chegada podem acontecer no mesmo lugar, e são classificadas provas de Classe 3.

Cross-country em Linha — XCP (Point-to-Point)

Modalidade caracterizada por circuito com predominância de estradas de terra. O percurso de uma prova de Cross-country em linha parte de um local e termina em outro. Uma grande curva com partida e chegada comum também pode ser autorizada. São eventos considerados de Classe 3 e a partida acontece em grupo.

Cross-country circuito curto — XCC (Short Track)

O início e 0 fim do trajeto devem acontecer no mesmo local. O percurso não pode ultrapassar 2km e a corrida tem duração de 20 a 60 minutos. Também são considerados eventos de Classe 3. Obstáculos naturais e/ou artificiais somente são permitidos se o seu uso tiver sido previamente aprovado pela Delegação Técnica da UCI ou pelo presidente do corpo de comissários de prova.

Cross-country Eliminatório — XCE

Modalidades de Mountain Bike: XCE
Imagem: Paul van der Ploeg

O trajeto deve ficar entre 500m e 1.000m e incluir obstáculos naturais e/ou artificiais. Todo o circuito deve ser percorrido sem parar de pedalar (100% rideable). Percursos com setores de pista simples geralmente são evitados e, normalmente, não possuem mais do que uma curva de 180º. Obstáculos como árvores, escadas, pontes, ou construções de madeira criam uma prova dinâmica, e o evento é considerado de Classe 3.

Cross-country contra o relógio — XCT (Time Trial)

As corridas “contra o relógio” variam entre 5 km e 25 km. O objetivo é fazer o percurso no menor tempo possível, e esse tipo de prova só pode ser disputada como etapas de provas XCS.

Cross-country Revezamento por Equipes — XCR (Team Relay)

Acontecem durante o campeonato mundial e também podem acontecer durante campeonatos continentais. Os pontos UCI* são distribuídos somente durante os campeonatos mundiais e continentais, e um mínimo de 5 nações devem competir no XCR para que os pontos UCI sejam concedidos. Os pontos UCI são atribuídos à nação, e não aos pilotos individualmente.

Cross-country por Etapas — XCS (Stage Race)

Esta modalidade é formada por uma série de provas de Cross-country que podem ser disputadas por corredores individuais ou por equipes. Os atletas precisam terminar cada etapa respeitando os procedimentos específicos do evento para que passem para a etapa seguinte.

DOWNHILL — D.H.

Modalidades de Mountain Bike: D.H.
www.crankworx.com

Esta é a prova em que o percurso é uma descida, e deve apresentar terrenos diferentes: pistas estreitas e pistas largas, caminhos entre florestas, nos campos, bosques e estradas com cascalhos. Deve ainda conter variação de técnica e velocidade, e a habilidade técnica do competidor deve ser testada. O comprimento do trajeto varia entre 1.500m (mínimo) e 3.500m (máximo), com tempos de 2 min (mínimo) e 5 min (máximo) para eventos de Classe 1.

ENDURANCE (ALL MOUTAIN)

Modalidades de Mountain Bike: Enduro
mpora.com

Modalidade caracterizada por longa distância e diversidade de terrenos, alternando entre subidas e descidas e trechos técnicos com pedras, raízes e rampas.

FOUR CROSS — FX

Modalidades de Mountain Bike: FX
saalfeldenleogang2012.at

Modalidade caracterizada pela largada de três ou quatro competidores em circuito com inclinação moderada, incluindo saltos, curvas e rampas naturais ou artificiais. É ideal que o percurso seja traçado em declive moderado e de inclinação progressiva. O percurso deve contar com uma mistura de saltos, relevos (saliências), mesas naturais e outras figuras especiais. Pode ainda incluir curvas planas. O percurso não pode obrigar o atleta a pedalar.


Como foi falado no início do texto, muito se debate com relação às modalidades de Mountain Bike e ciclismo existentes atualmente. Essas são as que consideramos as mais relevantes para o esporte e que abrange boa parte da maioria do aficionados por MTB.

Se lembra de alguma outra modalidade que não foi citada aqui no post? Deixe abaixo seu comentário e ajude-nos a contribuir com cada vez mais conteúdo para o ciclismo nacional.

Um abraço e até a próxima!


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