Pedal com clip: usar ou não?

Pedal com clip: ciclista na estrada
Imagem: Pexels

Me lembro da primeira vez que calcei uma sapatilha e tentei clipar no pedal da bike… Depois de alguns desequilíbrios e tombos hilários — na maioria das vezes acontecem quando estamos parados e tentamos botar o pé no chão — , o costume prevaleceu e tudo ficou automático.
Quase sempre esses tombos se dão porque não pensamos nos passos que devemos seguir — tanto para clipar quanto para desclipar a sapatilha -, e o instinto de tirar o pé do pedal de qualquer maneira esbarra numa ação de puxar o pedivela para cima e BUM…tombo na certa!

Este é o primeiro de 2 posts sobre pedais. Abordaremos neste post as vantagens e/ou desvantagens e os modelos de clips mais usados atualmente. No segundo post, falaremos sobre como regular o “taquinho” (peça que fica embaixo da sapatilha e serve para travar no clip do pedal) e os cuidados e manutenção necessários para melhor conservação.

PARA QUE SERVE O PEDAL COM CLIP?

O pedal com clip foi desenvolvido para proporcionar maior controle e deixar o ciclista “grudado” com a bike. Isso é vantajoso porque, em trechos acidentados de uma trilha, em saltos, ou pedalando em pé em uma subida, por exemplo, o risco do pé escapar do pedal é grande se o ciclista estiver utilizando pedais comuns de plataforma. Ou seja, estar clipado evita acidentes.

E fica aquela pergunta: não vou ficar preso?!?! Sim, e não! Sim porque você vai querer ficar preso, e não porque vai se acostumar a desclipar.

O costume de clipar é parecido com o de se equilibrar na bike, ou trocar marchas do carro. No começo ficamos prestando atenção para manter o equilíbrio na bike ou, no caso do carro, para saber em que marcha estamos. Mas em pouco tempo isso se torna automático, e nem percebemos que nosso “computador” já está executando a tarefa sem maiores problemas.

Antes restrito ao uso em trilhas MTB ou no ciclismo de estrada — mais por questões estéticas das sapatilhas que mais parecem um misto de chuteira de futebol com calçado de sapateado devido ao som do taco batendo no chão— os pedais de clip estão cada vez mais comuns nos centros urbanos.

Esse fato se dá com a mudança de olhar dos fabricantes, que enxergaram um grande potencial de consumidores que usam a bike no dia a dia, seja para trabalho ou para lazer, e demandavam calçados mais discretos e funcionais. Hoje é possível andar clipado sem parecer estar pronto para uma partida de futebol após o expediente.

MODELOS DE PEDAL COM CLIP

Sapatilha Shimano CT5 Click’R

Sapatilha CT41

Sapatilha MT-34

SISTEMAS DE PEDAL COM CLIP

Voltando aos pedais, os sistemas mais comumente encontrados são:

1. Shimano SPD (Shimano Pedaling Dynamics)

Acaba de completar o 25° aniversário e promete firmeza, conforto e facilidade de travar e destravar as sapatilhas do pedal.

  • Click´R: modelo desenvolvido para atender a demanda citada acima (ciclistas urbanos). Consiste em uma plataforma larga combinada com o encaixe Click’R; menor tensão da mola para simplificar o encaixe e desencaixe; nidade de encaixe flutuante para uma entrada mais rápida e fácil.
    Obs: um dos lados do pedal não tem clip, facilitando para quem ainda está inseguro com o sistema.
Pedal Click´R Shimano T-420
  • Clip MTB: modelo usado em bicicletas de fora de estrada — possui clip dos dois lados, sistema de escoamento de lama, e é resistente a impactos
PD-M8020
  • Clip Estrada (Road, Speed) — clip apenas de um lado, e apesar de parecer diferente, o sistema de encaixe é o mesmo, mudando apenas a posição e tamanho do taco, e o lugar onde se clipa. Normalmente são aerodinâmicos e muito leves.
PD-M9000

2. Crank Brothers

Famosa marca com produtos de altíssimo nível.

  • Mallet: essa linha é a escolha de 7 dos 10 top ranqueados na modalidade DownHill da UCI.
Mallet DH 1–4 posições de clipagem
  • Egg Beater: excelente opção para quem quer redução de peso e escoamento de lama, além de poder clipar em 4 posições diferentes. Com design bem diferente (parece um batedor de ovos!) dos pedais de clip mais comuns, é uma boa opção. O custo de manutenção não é muito salgado e, apesar da carga tributária extorsiva em cima de produtos de ciclismo, o custo de reparo não difere muito dos concorrentes. Um comparativo feito em 2013 entre a Crank Brothers e a Shimano pode ser visto aqui.
Egg Beater 11 — pedal mais leve do mundo com apenas 179g/par

Muitas outras marcas produzem excelente pedais, mas neste post falamos dos mais comuns encontrados no mercado interno.

No próximo tópico abordaremos de forma simples como iniciar no clip, além de dicas de ajuste do taco e dos pedais.


Se curtiu esse texto, confira nosso último post sobre “Bushido — sobre camaradagem, lealdade e amizade no ciclismo”.

Um abraço e até o próximo tópico!


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