Sistema de retorno de amortecimento — O que é e para que serve?

Retorno de amortecimento: mountain biker em competição
Imagem: Redbull

Em posts anteriores falamos sobre o curso de amortecimento da suspensão e já tratamos do sistema de trava de suspensões para bike. Agora o assunto é o sistema de retorno de amortecimento da suspensão.
Consideremos suspensão como sendo o conjunto de elementos que promovem o amortecimento de impactos. Assim, podemos dissecar esses elementos em duas partes: compressão e retorno. Hoje abordaremos o “sistema de retorno”.

MAS VOCÊ SABE O QUE ISSO SIGNIFICA E PARA QUE SERVE?

O sistema de retorno é responsável pelo controle da velocidade com que o amortecedor volta ao estágio inicial. Ficando novamente totalmente distendido, após sua compressão. Normalmente seu botão de regulagem fica embaixo da haste, próximo ao eixo de roda. Do lado oposto da câmara de ar ou mola.

Seu correto ajuste é tão importante quanto a calibragem do ar ou a regulagem de preload de molas.

Retorno de amortecimento: preload
Imagem: Entre Trilhas

Algumas suspensões de entrada não possuem esse sistema e — me arrisco a dizer — nem mesmo são sistemas de amortecimento, pois não conseguem completar o ciclo de compressão e distensão de maneira efetiva e segura.

Em uma suspensão, a ausência do “retorno” — ou mesmo sua regulagem incorreta — não permitem ao ciclista o efetivo controle sobre a frente da bike. Afinal, a cada impacto sofrido a frente subiria e desceria sem controle, reduzindo a aderência do pneu com o solo.

VARIÁVEIS DO SISTEMA DE RETORNO DE AMORTECIMENTO DA SUSPENSÃO

Chamamos esse ajuste de “controle de velocidade de retorno” e, para a correta aplicação, é preciso observar algumas variáveis:

  • Como regra geral, o retorno mais rápido tende a deixar a suspensão mais confortável. Porém, dependendo da pressão das câmaras de ar ou preload das molas, pode deixar a suspensão “batendo no retorno” ou “socando em cima”;
  • O retorno muito lento tende a deixar a suspensão com baixa velocidade de reação — demorando a retornar ao estágio inicial — o que prejudica a leitura do terreno e amortecimento no obstáculo seguinte (por isso é mais usado em situações de pista ou em áreas sem obstáculos);
  • O ideal é ajustar a velocidade de retorno utilizando sua sensibilidade em função do terreno e do seu estilo de pilotagem, evitando sempre os efeitos indesejáveis do retorno excessivamente rápido (“socando em cima”) ou lento (baixa velocidade de reação).

IMPORTANTE!

O ajuste correto da velocidade de retorno mantém a roda dianteira mais tempo em contato com o solo. Assim, o ciclista sente melhoria no seu:

  • Controle;
  • Tração;
  • Estabilidade;
  • E performanc.

O ajuste fino e o conhecimento do sistema por parte do ciclista vem com o uso. Por se tratar de um mecanismo que se regula facilmente e sem a necessidade de ferramentas, é possível corrigir ou alterar a qualquer momento.

No próximo tópico abordaremos os sistemas de amortecimento disponíveis no mercado: ar+óleo (pneumo-hidráulicas), molas e elastômeros e suas relações com a regulagem do retorno. Aguardem!


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E se curtiu esse texto, confira aqui nosso último post sobre “Como escolher o curso de amortecimento da suspensão da bike?”.

Um abraço e até a próxima!


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