Elastômero, mola, óleo ou ar: você sabe qual sistema de amortecimento escolher?

Sistema de amortecimento: salto veloz de bike
Imagem: Pexels

Como comentamos anteriormente, suspensões de bicicleta se diferenciam umas das outras pelos sistemas de amortecimento que utilizam, que, por sua vez, determinam a modalidade para a qual a suspensão foi desenvolvida.

Batemos sempre na tecla de que precisamos escolher produtos que foram desenvolvidos para a modalidade e estilo que pretendemos praticar, pois quando um fabricante descreve a modalidade para a qual o produto foi criado, não significa apenas que ele quer determinar o uso que deverá feito do produto, mas também orientar e alertar o consumidor dos riscos que o uso incorreto pode causar.

Os fabricantes gastam centenas de milhares (e até milhões) de US$ ou R$, e mais um tanto em horas de testes para desenvolver um produto confiável e que esteja apto para ser comercializado. Por isso é importante ficarmos atentos a essas peculiaridades. No final do texto você pode assistir ao vídeo com o ensaio das suspensões Proshock.

MAS VOCÊ SABE QUAL SISTEMA DE AMORTECIMENTO ESCOLHER?

Como dissemos anteriormente, as suspensões podem ser classificadas conforme o seu sistema de amortecimento.

Suspensões com sistema de elastômeros

Os elastômeros são tubos de poliuretano injetado e são produzidos em densidades diferentes. A densidade determina se a suspensão será mais macia (menor densidade) ou mais dura.

Sistema de amortecimento: elastômeros

Algumas suspensões utilizam um combinado com molas e, com isso, melhoram a leitura do terreno. São os modelos mais baratos de suspensões, mas nem sempre os mais leves como costumamos ouvir, pois o elastômero é, sim, muito leve, mas o restante dos materiais é de qualidade inferior, e normalmente utiliza-se muito aço em sua fabricação.

O custo de manutenção é bem baixo, bem como o seu rendimento na absorção.

Indicada para: passeios urbanos.

Suspensões com sistema de mola

São modelos que podem ser divididos em 3 tipos.

Apenas mola

Como dissemos nesse post sobre o Sistema de Retorno de Amortecimento, suspensões com molas apenas nós não consideramos como sistemas de amortecimento, pois não compreendem o ciclo de compressão e distensão de forma correta e mais parecem um pula-pula. São baratas e muito pesadas. O custo de manutenção é baixo, e seu rendimento na absorção também.

Indicada para: passeios urbanos.

Mola e elastômeros

Melhores que a anterior (apenas mola), conseguem ser menos indóceis com o usuário, pois os elastômeros servem como batente das molas. Custo baixo.

Sistema de amortecimento: mola
diasdesolitude.blogspot.com.br/

Indicada para: passeios urbanos.

Mola e óleo

Sistema bem melhor que o anterior (mola e elastômeros), promove correta leitura do terreno, tem baixo custo de manutenção, porém também utilizam materiais pouco nobres, elevando o peso da suspensão.

Sistema de amortecimento
Imagem: Blog Carlos Correia
Sistema de amortecimento
Imagem: Blog Carlos Correia

Indicada para: DownHill e freeride.

Cartuchos Hidráulicos

Muito superior às anteriores, tem peso bem menor, materiais de maior qualidade, como ligas de alumínio e magnésio, e sistema de cartucho hidráulico que simula uma mola. Conhecida como “mola de óleo”, possui ajuste mais afinado e tem ótima leitura de terreno. A manutenção é mais cara do que as anteriores, mas o conforto e satisfação do usuário também são maiores.

Sistema de amortecimento
pedalace.blogspot.com.br

Indicada para: trilhas intensas e competições de XC.

Sistema Hidráulico-Pneumáticos (Ar+óleo)

O ponto inicial para diminuição do peso da bike é a troca da suspensão dianteira. As suspensões hidráulico-pneumáticas são as mais leves fabricadas hoje em dia, pesando de 700g a 2kg. Também conhecido como Ar+óleo, é o sistema mais sofisticado atualmente.

Sistema de amortecimento
Imagem: Proshock

Utiliza materiais de altíssima tecnologia, como carbono, titânio, ligas de alumínio e etc. Seu funcionamento consiste em câmara(s) de ar — que fazem a leitura e amortecimento, e câmara de óleo — para o retorno da compressão.

O uso do ar diminui muito o peso e cria possibilidades infinitas de regulagens. Vem disponível com 1 câmara de ar (positiva) ou 2 câmaras de ar (positiva e negativa). Algumas marcas, como a brasileira Proshock, utiliza o sistema de Ar+óleo desde o 2º semestre de 2013 em toda a sua linha: da básica até as de competição (são produtos de altíssima qualidade com baixo valor de manutenção e custo de aquisição).

De modo geral, devido à maior parte das suspensões serem importadas, o custo de manutenção deste modelo gira em torno de R$ 500 a R$ 1.000, por manutenção, em oficina credenciada (a Proshock realiza a manutenção básica em sua fábrica com valores em torno de R$ 300,00 para troca de fluido e retentores).

Indicada para: trilhas, competições XC e passeios.

ENSAIOS EM LABORATÓRIO COM AS SUSPENSÕES PROSHOCK

Confira agora o vídeo com o ensaio das suspensões Proshock. O laboratório segue a norma ABNT NBR 15966, que contempla os seguintes ensaios:

  • Ensaio de fadiga
  • Ensaio cíclico do suporte para freio a disco
  • Ensaio estático do suporte para freio a disco
  • Ensaio de compressão
  • Ensaio de durabilidade
  • Ensaio de endurance

E então? Ficou mais fácil agora decidir qual sistema de amortecimento escolher para a sua MTB?

Espero que tenha gostado e, se quiser complementar o post, fique à vontade!


Se curtiu esse texto, confira nosso último post sobre “Sistema de retorno de amortecimento — O que é e para que serve?”.

Um abraço e até a próxima!


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