AVISO DE SEGURANÇA:
Atenção! Quaisquer modalidades de escalada e esportes verticais são práticas que envolvem risco de vida. Nós, da Entre Trilhas, sugerimos que os praticantes desses esportes nunca contrariem as normas de segurança ou façam mau uso dos equipamentos de escalada, nós e amarrações e ancoragem. Por isso, se você não tem experiência, procure um serviço especializado antes de praticar esse tipo de esporte. Seja esse profissional um instrutor, supervisor ou cursos na área.
EQUIPAMENTOS DE ESCALADA
Quase toda prática esportiva exige equipamentos essenciais. Há, também, aqueles que aumentam o desempenho. Neste post, vamos abordar alguns dos principais equipamentos de escalada e esportes verticais, independentemente da modalidade. O que não quer dizer que isso esgotará todos os existentes.
Obviamente, todos os equipamentos de escalada aqui citados possuem uma variedade enorme de fabricantes e, por isso, formatos, padrões, cores e etc. Então, nossa maior preocupação será transmitir resumidamente o que é cada equipamento, seus atributos mais importantes e alguns cuidados necessários para uma boa vida útil. Vamos aos equipamentos!
CORDA
A corda está para a escalada como os rins estão para o homem (uau! Dramático, né?). Tire a corda de um escalador ou adepto do universo da verticalidade e você certamente estará restringindo muito suas opções. Existem pouquíssimas atividades verticais que se pratiquem sem uma corda, como o boulder.
Isso porque, além de ser um equipamento essencial e de segurança, com uma corda e um pouco de criatividade, você é capaz de realizar uma infinidade de façanhas. Desde o mais importante, como ancorar ou rapelar, até proezas que deixariam qualquer origami com inveja. Dito isso, vamos aos seus atributos:
- Elasticidade
Existem basicamente três tipos de corda: dinâmica (para escalar, pois reduz o impacto no caso de queda), estática e semi-estática (para rapel e outras modalidades). Cordas estáticas só devem ser usadas em escalada como cordas auxiliares. - Resistência à abrasão
É a resistência da corda ao atrito. Isso pode ser verificado pela maleabilidade da corda, mas verifique o tipo de material usado em sua composição. - Comprimento e espessura
Cordas pré-fabricadas variam, no geral, entre 50 e 100 m, mas existem cordas encomendadas de mais de 500 m. A espessura da corda varia de 8 a 13 mm. Cordas mais grossas são ideais para ambientes com muitas arestas afiadas.
Para conservar melhor sua corda:
- Evite pisar, causar abrasão desnecessária, utilizar para fins diferentes do original e contato com poeira e outros materiais que possam danificar suas fibras interiores;
- Lave a corda apenas com água e seque-a sob a sombra;
- Inspecione com frequência, buscando qualquer sinal de dano estrutural, e não a use por mais de cinco anos.
As cordas ainda se subdividem em corda inteira, meia corda ou corda gêmea e outras terminologias mais específicas que valem a pena serem conferidas com um profissional capacitado.
FREIOS
Freios são ferragens (equipamentos metálicos) usados para facilitar o esforço no controle da velocidade ao longo da descida em uma corda, ou assegurar a integridade de um escalador. Existem basicamente dois tipos de freio:
- Dinâmicos: freio em oito, ATC e etc., mais comuns para rapel e outras atividades afins;
- Estáticos: gri-gri, stop e etc., mais usados em escaladas e modalidades similares;
Não existe o tipo de freio certo. O freio ideal é aquele que você e seu parceiro ou parceiros de escalada sabem manusear melhor e confiam para cuidar um do outro. Esse conhecimento é muito importante e a dica de ouro para cuidar não só do seu freio, mas de todo tipo de ferragem, é: faça inspeções frequentes, com os olhos e com as mãos.
Acreditava-se que quedas, mesmo de pequenas alturas, abrissem microfissuras na estrutura das ferragens, mas isso mudou com as tecnologias modernas. Basicamente, o que indica risco são deformações visíveis ou palpáveis. O mosquetão não se parte de repente, é um processo. Ainda assim, isso não é motivo para você derrubar suas ferragens no chão atoa. Se necessário, leve-as a um profissional capacitado para serem vistoriadas.
MOSQUETÕES
Os mosquetões são os anéis metálicos com aberturas móveis, também chamadas de gatilhos, destinados a diversos fins na escalada e universo da verticalidade, que normalmente envolvem alguma medida de segurança. Eles existem em vários tipos e formatos, como:
- De segurança (com rosca);
- De rosca automática;
- Normais;
- Ligeiros;
- Tipo pêra ou HMS;
- Tipo D;
- Oval;
E muito mais. Existem diversas tecnologias, cada uma para um fim e com um benefício específico, mas algumas coisas que você deve observar na hora de comprar um bom mosquetão, basicamente, são:
- Resistência: traduzida pela carga de ruptura de cada parte do mosquetão, medida em kN e kg;
- Forma e diâmetro: pois isso determina o uso do mosquetão e o espaço de trabalho para a corda – um espaço maior gera menos contato entre os equipamentos e, portanto, menos atrito;
- Dureza da mola: uma mola deve ter a dureza ideal e adequada para o fim que você deseja, além do sistema certo (automático, de rosca e etc.);
Fique atento ao funcionamento da mola: se ela não estiver funcionando perfeitamente, pode ser a hora de substituir por um equipamento novo.
BAUDRIER OU CADEIRINHA
Os baudriers ou cadeirinhas são equipamentos pré-fabricados usados pelo praticante na região entre a cintura e as pernas. Uma boa cadeirinha é:
- Confortável;
- Flexível;
- Adequada a prática desejada;
O detalhe mais importante nesse tipo de equipamento de escalada é que você deve apertá-lo bem em sua cintura. Ele também possui alças e fivelas na região das pernas, mas você deve usá-las de maneira que mantenha sua mobilidade.
Esses quatro equipamentos de escalada já te abrem muitas possibilidades no universo da verticalidade, mas não são os únicos necessários. Principalmente em se tratando de segurança. Outros equipamentos sobre os quais você deve pesquisar são: capacete, luvas (para rapel e afins), capichama, sapatilhas, magnésio e etc.
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Um abraço!
Confira nosso último post: “Escalada: uma introdução ao universo vertical”.
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